terça-feira, 29 de maio de 2012

PROJETO - TEM DIREITO QUEM DIREITO ANDA: DIREITOS HUMANOS


ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA THEREZINHA SARTORI


Rua Vitorino Del’ Antonia nº 248. Vila Noemia – Mauá – SP


Cep: 09370-570    Telefone: 45551077.




PROJETO


TEM DIREITO QUEM DIREITO ANDA: DIREITOS HUMANOS






Professoras Orientadoras:


Priscila Debly de Q. Tavares


Catarina Correa Teixeira







MAUÁ


2012


INTRODUÇÃO


Vivemos num mundo no qual os valores se tornaram invertidos, e se faz necesário a mudança imediata, essa deve ser pautata na educação dos valores da cidadania e voltada para um projeto de vida significativo na vida dos jovens. Muitas vezes olhar para o outro lado, “olhar real” do mundo, provoca desespero e angustia, porém esse olhar é vivenciado por milhares de jovens e ele pode ser um dos fatores determinantes para o processo de significação internalizada no “SER”.


A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.


(Declaração Universal dos Direitos Humanos,  adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948)


Falar hoje, em Direitos e Deveres, e fazer refletir as questões relacionadas à fome, miséria, igualdade na heterogeneidade, violência, desemprego, falta de moradia, corrupção, neo-escravidão, crianças abandonadas e sem prespectiva de vida, preconceitos étnico-raciais. Toda essa lista faz parte da degradação do homem pós-moderno.





 Programas e atividades de educação em direitos humanos não hão de ser desenvolvidas apenas no assim chamado ensino formal. Antes, destinam-se a estarem presentes em todas as atividades humanos, em seu cotidiano. Portanto, destinam-se ao grande público, para informar a todos sobre seus direitos e responsabilidades, nos termos dos instrumentos internacionais de direitos humanos; aos grupos vulneráveis – mulheres, crianças, portadores de necessidades especiais, idosos, minorias, refugiados, povos indígenas, portadores do vírus HIV-AIDS, etc.


MAIA, Luciano Mariz


É acreditar, de fato, que nossos jovens busquem espaços onde possam formar a própria identidade e exercer seu protagonismo social em uma cidadania que os remeta à vivencia de valores tais como liberdade, convivência, solidariedade, democracia, compromisso com a transformação social, ética nas relações.


TEM DIREITO QUEM DIREITO ANDA: DIREITOS HUMANOS





v  PÚBLICO ALVO: ENSINO MÉDIO.


v  DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: LÍNGUA PORTUGUESA E ARTE.


v  PROFESSORA: PRISCILA DEBLY Q. TAVARES


                            CATARINA CORREA





OBJETIVO GERAL



Compreensão das bases conceituais e históricas dos Direitos Humanos, da reconstrução histórica no processo de afirmação dos Direitos Humanos na sociedade brasileira, despertando nos alunos o interesse no debate e na participação em questões afetas a cidadania e à vivência plena dos direitos e contribuir para o desenvolvimento de responsabilização.



OBJETIVO ESPECÍFICO


Ø  Analisar os fundamentos e concepções dos Direitos Humanos através do viés da Declaração Universal dos Direitos Humanos;


Ø  Discutir o movimento histórico dos Direitos Humanos na legislação brasileira; e sua importância na construção das lutas sociais;


Ø  Contribuir para o desenvolvimento de uma percepção crítica da exclusão social das populações indígenas e afrodescendentes, crianças, etc.;


Ø  Promover a equidade de gênero;



JUSTIFICATIVA


Diante dos últimos acontecimentos, tais com os acidentes ambientais em nosso município, os alunos da nossa escola relataram e vivenciaram inúmeras dificuldades sociais que diretamente afetaram seus direitos como cidadãos, enfrentaram problemas de alagamentos como também falta de saneamento básico (água para as necessidades diária e consumo). Por estes motivos vimos a necessidade de retomar questões já estudadas anteriormente por eles, e resgatar a importância da conscientização de fazer valer os seus direitos.


Pois temos prioridade e comprometimento à formação completa do aluno, abordando desde conteúdos acadêmicos como também consciência crítica deste enquanto cidadão capaz de intervir com ideia e sugestões ao bem  comum social.




COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PARA LÍNGUA PORTUGUESA


·          Motivação para o trabalho em equipe;


·          Conscientização da importância da cidadania;


·          Participação e envolvimento cidadão nas atividades da escola;


·         Uso dos diferentes gêneros textuais;


·         Localizar as informações implícitas e explícitas através da escrita e pesquisa em sites, revistas, jornais;


·         Reflexão do debate e da tipologia argumentativa;


·         Uso do discurso ideológico na linguagem;


·         Reflexão da ideologia nos textos jornalísticos;


·         Comparar textos literários num movimento diacrônico com a notícia do jornal atual.




COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PARA ARTE


  • Identificar e comparar  obras produzidas por artistas de diferentes épocas e estilos;
  • Relacionar as produções artísticas com a temática estudada
  • Ler  e refletir sobre as imagens coletadas no cotidiano;
  • Analisar criticamente as ideias explícitas e implícitas nas linguagens visuais e textuais;
  • Ser sensível às inúmeras problemáticas do cotidiano;
  • Desenvolver  e defender criticamente opiniões sobre o mundo em que vive;
  • Trabalhar em grupo respeitando a diversidade de pensamento;
  • Conscientização sobre o seu papel na sociedade atual;
  •  Propor sugestões a partir da conscientização e informações de seus direitos;
  • Expressar seus pensamentos e ideias por intermédio das produções.





METODOLOGIA


1ª ETAPA:


O objetivo desta etapa é analisar os fundamentos e concepções de direitos humanos, cidadania e democracia, oportunizando o conhecimento e o debate sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, seus princípios e valores.


CONTEÚDO:


Ø  Fundamentos históricos dos Direitos Humanos: conceito de Direitos Humanos, Cidadania e Democracia


Ø  Direitos civis e políticos


Ø  Direitos econômicos e sociais


Ø  Direitos de solidariedade


Ø  Conhecendo a legislação: A Declaração Universal dos Direitos Humanos



Sugestões metodológicas


Ø  Construção conceitual utilizando a Mandala dos Direitos Humanos. Respondendo à questão o que são Direitos Humanos? Os alunos apresentam imagens retiradas de revistas e jornais que explicitem cada Direito Humano estudado e formam um painel circular. 


Ø  Discutir os direitos civis, políticos, econômicos e sociais a partir das experiências dos alunos e de situações do cotidiano, utilizando diversas linguagens de expressão (música, poesia, dança teatro, textos literários, de jornal, charges, pintura, fotografia e etc.).


2ª ETAPA “A evolução dos Direitos Humanos no Brasil”



Discutir o movimento histórico de incorporação dos Direitos Humanos na legislação brasileira, sua importância na construção das lutas sociais e na constituição de novos sujeitos de direito e a participação das diferentes mídias no processo de construção dos conceitos e concepções sobre Direitos Humanos.


CONTEÚDO:


Ø  A legislação e os Direitos Humanos no Brasil


Ø  Movimentos sociais e Direitos Humanos no Brasil (ênfase no movimento estudantil)


Ø  As mídias e as diferentes de respeito ou desrespeito aos Direitos Humanos no Brasil


Ø  Conhecendo a legislação: Direitos dos portadores de deficiência e dos idosos; Direitos da Criança e do Adolescente.


Sugestões metodológicas


Ø  Pesquisa abordando a legislação e os Direitos Humanos no Brasil, partir de diversas fontes, solicitando reflexões individuais e coletivas.


Ø  Apresentação do material coletado pelos alunos e alunas para análise e discussão.


Ø  Entrevista e/ou palestra com representantes de diferentes movimentos sociais que atuam na cidade, seus objetivos, lutas, avanços e importância na defesa dos Direitos Humanos. 


Ø  Análise e discussão do papel do grêmio escolar como espaço de construção de valores democráticos e participação cidadã, relacionando aos movimentos estudantis. 


Ø  Entrevista com representantes do Grêmio Escolar e/ou jovens envolvidos no movimento estudantil.


Ø  Discussão de dilemas éticos que estão subjacentes ao papel da imprensa ao apresentar notícias relacionadas aos Direitos Humanos.


3ª ETAPA “Preconceito, racismo e desigualdade no Brasil”


O objetivo é contribuir para o desenvolvimento de uma percepção crítica da exclusão social das populações indígenas e afro descendentes no Brasil, promovendo o desenvolvimento da consciência da necessidade de erradicação da pobreza, redução das desigualdades sociais e combate a todas as formas de preconceitos e discriminação.


CONTEÚDO:


Ø   O que são racismo e preconceito no Brasil


Ø   A luta dos povos indígenas e a violação dos seus direitos


Ø   Quilombo – espaço de resistência de negros e negras.


Ø   A exclusão socioeconômica da população afro descendente no Brasil


Ø  Conhecendo a legislação: A lei contra o racismo


Sugestões metodológicas


Ø  Estudo da situação indígena e negra no Brasil, enfatizando o processo de resistências dessas populações.


Ø  Investigação o tema, análise das informações e debate.


Ø  Elaboração de painéis informativos.


Ø  Análise crítica de representações de índios, negros e negras em músicas, literatura, filmes e outras formas de expressão, visando desvelar preconceitos e discriminações. 


Ø  Exercício autobiográfico a partir de experiências de discriminação e racismo vivenciado por alunos e alunas.


Ø  Debate sobre práticas de inclusão e exclusão de índios, negros e negras, com ênfase nas ações afirmativas.


4ª ETAPA “Equidade de gênero”


O objetivo é promover o debate sobre a importância da construção da igualdade nas relações de gênero na sociedade brasileira e do combate a todas as formas de violência e discriminação contra a mulher.


 CONTEÚDO:


Ø  Os conceitos de gênero e de relações de gênero


Ø  Enfrentamento da violência contra a mulher


Ø  As relações de gênero e o mundo do trabalho


Ø  Conhecendo a legislação: A Lei Maria da Penha



Sugestões metodológicas


Ø  Debate sobre as práticas discriminatórias contra a mulher observadas por alunos e alunas no seu cotidiano.


Ø  Entrevista com representantes engajadas no movimento de mulheres na cidade, visando a discussão sobre a condição feminina, a desvalorização do trabalho da mulher, em relação ao trabalho masculino, abordando a equidade de gênero no contexto dos Direitos Humanos.


Ø  Análise de filmes, propagandas, músicas e outras expressões que desvalorizam a mulher.


Ø  Análise de dados sobre a violência contra a mulher no mundo, no Brasil e em Mauá e das medidas legais de proteção dos direitos da mulher, de superação da discriminação de gênero e de enfrentamento de todas as formas de violência, particularmente da violência doméstica.


Ø  Estudo e análise da Lei Maria da Penha.

METODOLOGIA E AVALIAÇÃO


Atividades
Descrição
Tecnologia utilizada (sites, recursos)
Tempo de duração
Apresentação Projeto: Tem Direito quem Direito anda: Direitos Humanos

Aula expositiva sobre: A Declaração Universal dos Direitos Humanos, conscientização da problemática e a negação dos Direitos Humanos através das imagens, vídeos, slides.

Recurso: Data Show 
Programas: Microsoft PowerPoint  e
Windows Media Player e Word.

50 minutos
Leitura da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Texto – interpretação, discussão e explicação sobre o assunto. Cada aluno tem acesso a Lei: “Declaração Universal dos Direitos Humanos” discussão da problemática de sua região e aplicação da lei nos problemas.
Microsoft Word
50 minutos
Pesquisas para casa sobre o tema: “Direitos Humanos”
Pesquisa sobre o fotógrafo: “Salgado Filho”, “Castro Alves” do Movimento Romântico, “Pablo Picasso”. Autores dos editoriais de jornais famosos da região.
Pesquisa de campo com a comunidade sobre a problemática que envolve seu bairro, sua cidade. As ações sugeridas pelos alunos.
Pesquisa de campo, máquina fotográfica;
Computador: uso da Internet e sites de busca.


 1 hora e 20 minutos

Produção dos Slides fotográficos
Painel de obra de arte
Na sala de leitura os alunos produzem os slides das fotografias que trouxeram (das problemáticas que envolveram sua região). Discutem em grupo e produzem legendas, com mensagens da lei, ou trecho de músicas, poemas, etc.
Produzem também painel com pinturas e reflexões a respeito do tema, fazem comparações da fome com obras de arte como a do pintor: Pablo Picasso. No prato sua obra de arte fica exposta com o símbolo de sua crítica social.
Assim, também trabalham com a mensagem e imagens através do poema de Castro Alves “Navio Negreiro”.

 Computador
PowerPoint
Microsoft Office 2010
 

1 hora e 20 minutos
Produção do editorial
De acordo com a problemática e as pesquisas de sua região no que tange os “Direitos Humanos” segue o tema: “Como usar os meus ´Direitos` e ´Deveres´ na construção de uma comunidade melhor?” todos produzirão Editorial para um jornal de sua região.
Microsoft Word
50 minutos


BIBLIOGRAFIA


ARAÚJO, Ulisses F.; AQUINO, Júlio Groppa. Os Direitos Humanos na Sala de Aula: A Ética Como Tema Transversal. São Paulo: Moderna, 2001.


BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. [Dionísio e Hoffnagel


(Org.).]. São Paulo: Cortez, 2005. Cap. 1, p. 19-46.


BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em Preto e Branco: discutindo as relações sociais. São Paulo: Ática, 2002.


CANDAU, Vera Maria, et al. Oficinas Pedagógicas de Direitos Humanos. Petrópolis: Vozes, 1995.


CANDAU, Vera e SACAVINO, Susana (org.). Educar em Direitos Humanos. Rio de Janeiro: D& P Editora, 2000.


CARVALHAL, Tania Franco. Literatura Comparada: a estratégia interdisciplinar.


Revista Brasileira de Literatura Comparada. Niterói: ABRALIC, n.1, 1991.


CUMMING, Robert. Para entender a Arte. Editora Ática S.A – São Paulo, 1995


DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 2001.


GERALDI (Org.) O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, pp.39-46.
ILARI, Rodolfo (1992). A Linguística e o ensino da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes.





NOVAES, Carlos Eduardo; LOBO, César. Cidadania para principiantes: a história dos direitos do homem. São Paulo: Ática, 2004.


LEGISLAÇÃO


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


LEI 10.639 DE 09 DE JANEIRO DE 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".


LEI MARIA DA PENHA


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR


BUORO, Anamélia Bueno. Um Olhar em Construção – Uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. Editora Cortez. 5ª Edição - 2001


COVRE, Maria de Lourdes Manzini. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1995.


BIBLIOGRAFIA VIRTUAL










www.mndh.org.br






acaodacidadania.infolink.com.br


boletimgajop.blogspot.com


 O que são direitos humanos Direitos Humanos Textos Reflexões ...



www.dhnet.org.br/direitos/textos/oquee/index.html


Direitos humanos – Wikipédia, a enciclopédia livre



pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos


 Fotografia no Brasil - Sebastião Salgado



www.girafamania.com.br/montagem/fotografo-sebastiao-salgado.html


Sebastião Salgado








                                     COMENTÁRIO DAS PROFESSORAS





Professora Priscila Debly

Certa vez escutei de uma senhora, 61 anos, bem simples e com aspecto sofrido, morava numa comunidade e parte de sua casa havia desbarrancado devido a forte chuva no município de Mauá, quando a mesma foi entrevistada pela mídia para saber se ela estava triste com o fato ocorrido, ela disse:


 “Já passei por isso diversas vezes, sei que lágrimas e desespero só vendem jornais e não resolvem o meu problema, pois as lágrimas não dão casas, nem vida decente, nem tampouco, saneamento básico e escola de qualidade para meus filhos. Eu quero sim o meu direito e não esmolas”.


C.S. 61 anos

É por isso que acredito que devemos formar nossos jovens com identidade, onde possa exercer seu protagonismo social e uma cidadania que os remeta a vivencia de valores, convivência, solidariedade, democracia, compromisso com a transformação social, ética nas relações.


Professora Catarina Correa


Diante da realidade em que vivemos e frente ao papel do educador, acredito sim que a escola tem cada vez mais possibilidade transformar todo esse caos,  é fundamental ter em vista toda essa problemática, abordando-as tantas e quantas vezes forem necessárias a fim de garantir a melhoria da qualidade de vida para TODOS.


Basta olharmos ao nosso redor que logo iremos notar o quanto é necessário ter a informação e a conscientização dos nossos direitos e saber também como reivindicá-lo. São tantas as situações que enfrentamos diariamente: precariedade da saúde pública, alimentação inadequada, pessoas sem moradia, condições precárias de sobrevivência, violência, desemprego, discriminação, preconceito, etc.

Eu o que posso mudar?


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