Série alvo: 1o, 2o e 3o ano do Ensino Médio.
Professora: Priscila Debly de Queiroz Tavares.
Área: Língua Portuguesa
Tempo sugerido: No mínimo 8 aulas.
Material: Músicas/interpretes sugeridos:
1) “Office-Boy”e “Clara Corcodilo”, de Arrigo Barnabé – ano de composição: 1980. Arrigo Barnabé e banda sabor de veneno, disco Clara Corcodilo, Ariola.
2) “Polícia” de Toni Berlloto – ano de composição: 1986. Titãs, disco Cabeça de Dinossauro, WEA.
3) Nunca deixe de sonhar – KLB.
O OBJETIVO DA MÚSICA NA ESCOLA
É bastante compreensível que a arte de manipulação dos sons encontra uma melhor afinidade com as disciplinas que estudam a linguagem verbal. A principal vantagem que obtemos ao utilizar a música para nos auxiliar no ensino de uma determinada disciplina é a abertura de um caminho comunicativo, que não seja somente o verbal, posto que esta também se vale, é nunca deixar de sonhar que o nosso jovem hoje é o nosso futuro amanhã. Com a música é possível despertar e desenvolver nos alunos sensibilidades mais aguçadas na observações de questões próprias para cada disciplina e para o sentido de sua própria vida.
OBJETIVO PRINCIPAL DA ATIVIDADE EM LÍNGUA PORTUGUESA:
Literatura: Analisar aspectos literários das letras das canções.
Língua Portuguesa: estudar o vocabulário utilizado pelos jovens brasileiros no final do século XX.
ÁREAS INTERDISCIPLINARES:
Geografia: abordar os problemas gerados pela alta concentração populacional nas grandes cidades, decorrentes, entre outros fatores, das condições adversas de subsistência das desigualdades sociais.
Historia: analisar questões sociais – a juventude urbana brasileira do final do século XX.
HISTÓRIA DA CANÇÃO:
No inicio da década de 1980, enquanto muitos músicos ainda compunham suas canções baseando-se no ritmo agitado das discotecas e outros manifestavam, nas letras, certa euforia com a abertura política que o Brasil começava a conquistar, alguns compositores da chamada “vanguarda paulistana”, como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção, por exemplo, construíam sua canções com melodias e letras complexas, que refletiam problemas urbanos ignorados pela maioria dos veículos de comunicação e por grande parte da sociedade. Foram músicos que apontaram para questões fundamentais das grandes cidades, como a violência urbana, por exemplo. Normalmente não se encontram espaço na mídia para manifestar aquilo que pensava e desse modo, gravaram discos independentes. O mais interessante é a mensagem de suas canções, foram uma espécie de indicativo daquilo que expressariam muitas canções que viriam a ser compostas, posteriormente, por outros compositores que conquistaram amplo espaço nas gravadoras e na divulgação de seus trabalhos.
DESENVOLVIMENTO:
1) ANÁLISE DAS MÚSICAS “Office-Boy” e “Clara Crocodilo”.
a) Primeiro tocar a canção;
b) Depois analisar a letra com os alunos;
Arrigo Barnaé, nas canções “Office-Boy”e “Clara Crocodilo”, gravadas uma na seqüência da outra, apresenta-nos, por meio de recursos metafóricos, uma letras cuja mensagem de alerta a sociedade para a necessidade de não se abandonar o Jovem, pois ele, fatalmente, ante a opressão urbana (o desacato das pessoas, a política, os meios de comunicação, a injustiça, a falta de emprego, moradia, alimentação, dinheiro etc.), quando adulto torna-se um delinqüente. A interpretação agressiva do compositor, cantando tais músicas com uma voz porpositadamente “rouca”, e os arranjos instrumentais e vocais complexos executados pela banda Sabor Veneno que o acompanhou na gravação, levaram durante alguns anos, certos ouvintes a observar tais canções mais sob o aspecto do contraponto melódico, ou a imaginar uma proposta completamente irônica e inovadora nelas, sem dar conta daquilo que havia de mais profundo nas canções: o problema da violência crescente nas cidades.
No final de “Clara Crocodilo” , o compositor faz um apelo ao ouvinte, no qual destaca que é preciso ter consciência do que acontece e agir com solidariedade, com fraternidade urbana voraz, que subverte valores humanos -“será que ela (Clara Crocodilo – Alcunha do marginal) está adormecida em sua mente esperando a ocasião propicia para despertar e descer até seu coração... ouvinte meu irmão?” Vejamos a letra de “Office-Boy” e alguns trechos de “Clara Crocodilo”:
MÚSICA:
Office-boy
Composição: Arrigo Barnabé
Nome: Durango
Profissão: Office-boy
Trabalhava que nem um
Desgraçado a semana inteira
No sábado, porém, estava duro
Era sábado e ele ali, sozinho
Sem nem um tostão
Pensava naquela vedete morena
Que tirava a roupa no Áurea Strip Show
Pensava nela dançando coquete
Discoteque
Ele estava duro e resolveu ligar a TV, a TV
A TV, a TV
Ele viu uma chacrete linda
Mascando chiclete, olhando pra ele
Sorrindo, sorrindo
Primeiro erro: ligar a TV
Segundo erro: prestar atenção na imagem
Que estava sendo transmitida
Não podia ser! Aquela era Perpétua
Sua antiga namoradinha
Mas ela era apenas... ela era apenas...
Ela era caixa num supermercado
Todo dia ela só, só apertava os botões
E aquelas máquinas cantavam
Mas agora ela é uma estrela famosa
Se você quiser possuí-la novamente
Você precisa arranjar muito dinheiro, Durango
Como era mesmo aquele anúncio no jornal?
Procura-se rapaz para testar um novo produto
Paga-se bem
Ele então saiu pra procurar
Sozinho o tal endereço
E deu numa casa escura, sombria
Que até dava medo mas ele entrou
Uma enfermeira bonita, gostosa
Falou assim pra ele:
"Venha aqui, querido
que eu vou te dar
uma injeção especial, você vai
flutuar"
E ele flutuou. Sim... flutuou pra longe
dali, envolvido numa sensação deliciosa
Mas, o que ele não sabia, é que estava
sendo transformado num terrível monstro
mutante, meio homem, meio réptil, vítima
de um poderoso laboratório multinacional
que não hesitou em arruinar sua vida para
conseguir seus maléficos intentos. Os
cientistas haviam calculado tudo, mas o
que eles não sabiam era que aquele ser
disforme conservava parte de sua
consciência. E logo todo seu poder se
transformou em fúria e violência sobre-humana.
Os cientistas foram os primeiros
a conhecer sua ira. Depois a cidade
estremeceria ao ouvir falar em
Clara Crocodilo.
Ele flutuou. Sim... Flutuou para longe dali, envolvido numa sensação deliciosa. Mas o que ele não sabia é que estava sendo transformado num, terrível monstro mutante, meio homem, meio réptil, vitima de um poderoso laboratório multinacional que não hesitou em arruinar sua vida para conseguir seus maléficos intentos. Os cientistas haviam calculado tudo, mas o que eles não imaginavam era que aquela criatura conservava parte de sua consciência. E logo todo seu poder se transformou em fúria e violência sobre humana. Os cientistas foram os primeiros a conhecer sua ira. Depois toda a cidade estremeceria ao ouvir falar em Clara Crocodilo.
Música:
Clara Crocodilo
Quem cala consente, eu não me calo
Não vou morrer nas mãos de um tira
Quem cala, consente, eu desacato
Não vou morrer nas mãos de um rato
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Metralhadora não me atinge
Não vou ficar mais neste ringue
Ei, você que está me ouvindo, você acha
Que vai conseguir me agarrar? pois então,
Tome...
Já vi que você é perseverante. vamos ver
Se você segura esta...
Meninas, vocês acham que eles querem
Mais?
Querem sim!
Você, que então é tão espertinho, vamos
Ver se você consegue me seguir neste
Labirinto.
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda clara, seu canalha
Olha o holofote no olho,
Sorte, você não passa de um repolho
Onde andará clara crocodilo? onde
Andará? será que ela está roubando algum
Supermercado? será que ela está
Assaltando algum banco?
2) ANÁLISE DA MÚSICA “Polícia” do Titãs:
a) Primeiro tocar a canção;
b) Depois analisar a letra com os alunos.
Acompanhando o progresso do abandono dos menores nas ruas das grandes cidades, ano a ano, principalmente na década de 1990, foram surgindo mais e mais canções abordando tal tema em suas letras. Alguns exemplos são as outras cincos canções anteriormente mencionadas.
Em 1986, com um disco repleto de canções agressivas, o grupo titãs incomodou muita gente com melodias fortes, ritmos secos e letras cruas. As canções “Polícia”e “Estado violencia” fazem parte desse disco e apontam para diversas injustiças sociais e para a inversão de valores e funções. O principal verso de “Polícia” tem mais de um sentido, mas todos eles sintetizam a Tonica de sua mensagem: “Polícia para quem precisa de polícia”.
MÚSICA:
Polícia/Titãs
Dizem que ela existe
Prá ajudar!
Dizem que ela existe
Prá proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...(2x)
Dizem prá você
Obedecer!
Dizem prá você
Responder!
Dizem prá você
Cooperar!
Dizem prá você
Respeitar!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...(2x)
3) Atividades proposta através da música “Nunca deixe de sonhar”
a) O primeiro passo depois de ter analisado as músicas anteriores é, portanto entender o tema da canção “Nuca deixe de sonhar” identificar elementos fornecidos dentro da letra. Identificar e analisar com os alunos.
ANÁLISE: o ser humano nunca pode deixar de sonhar, pois o sonho é o que alimenta a alma humana, é o que muda a situação dele.
Existem momentos especiais, dádivas da alma, onde as transformações acontecem... Carregadas de pura emoção, vem acompanhadas de lágrimas, aperto no peito e a sensação conflitante de perda e libertação. E a urgência em encontrar a resposta, um turbilhão astral!
As sincronicidades orientando as escolhas. A decisão é sempre sua. A caminhada é solitária, e a mudança individual. Mas a liberdade que experimentamos é fantástica! Sentir a brisa da vitória na alma leva a insights poderosos e nos fazem refletir...
Vale a pena acreditar no nosso poder de realização? Muitas pessoas, com medo de mudanças, preferem se refugiar na certeza do concreto, do palpável. Afinal de contas, é melhor um pássaro na mão que dois voando... Será mesmo?
É necessária uma pitada de emoção, muita vontade de aproveitar a vida integralmente e coragem para enfrentar os medos! Nossos sonhos podem se realizar? Sim, se você tiver fé e acreditar neles. Ter perseverança, não desistir no primeiro obstáculo, levantar após uma queda e principalmente traçar metas com bom senso.
b) Produção de texto – dissertativo – reflexivo, na qual aborda as questões sobre o ser humano e seus sonhos, pois o ser humano tem necessidades que vão além da necessidade básica e vital da alimentação, ele precisa sonhar e pois somente o sonho alimenta a alma humana.
Música: “Nunca deixe de sonhar”
Há uma luz, em algum lugar,
que vai fazer seu sonho se realizar
É só você, acreditar
que uma nova estrela vai poder brilhar
Algo em você, vai despertar,
não duvide nunca,
você vai chegar,
Nunca deixe de sonhar (Nunca deixe de sonhar)
Há uma luz que não se vê
Brilha o tempo todo dentro de você
Há uma luz, em algum lugar
Que vai fazer seu sonho se realizar
Refrão
Está além do sol ou além do mar
Bem além do tempo, sei que há um lugar
Onde quero ir, onde eu quero estar
Ver a fantasia se realizar
BIBLIOGRAFIA:
FERREIRA, Martins. Como usar a música na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2008.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Projeto Jornal Competências e Habilidades
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PARA LÍNGUA PORTUGUESA
· É mediador entre a escola e o mundo
· Conceituar elementos e sintetizar temas tratados em cadernos e seções. Desenvolver a capacidade Leitora e Escrita.
· Desenvolvimento do lúdico.
· Conhecer a estrutura geral dos jornais, como sua divisão em cadernos, seções, colunas, dando-se ênfase especial aos indícios que os marcam.
· Iniciar os alunos na busca de informações precisas, através de indícios pertinentes, e/ ou localizando-os pelas características visuais – símbolos, logotipos, diagramas, aspectos gráficos da página etc.
· Desenvolver operações e processos mentais que aguçam o interesse, a pesquisa e a inteligência.
· Levar o aluno a se conscientizar da variedade de informações através dos jornais
· Dar início a localização de informações implícitas e explicitas através da escrita.
Durante a leitura do jornal
Ø Estimule os alunos a localizarem o espaço que a notícia ocupa no jornal. Os fatos não têm importância por si mesmos: sua importância é construída a partir de uma série de indicadores: ocupa a página inicial do primeiro caderno ou não; se está na parte superior ou inferior da página; qual sua extensão, etc.
Confronte como diferentes jornais tratam um mesmo assunto e discuta a respeito das diferenças e semelhanças.
Ø Localize os diferentes textos – gráficos, tabelas, desenhos, fotos – que se articulam ao texto principal da notícia. Qual sua finalidade? Como se relacionam com o texto principal? Reiteram ou não seu conteúdo?
Ø Organize um painel com as notícias comentadas e guarde-o, assim, no final do ano será possível organizar uma retrospectiva com os acontecimentos que mobilizaram seus alunos.
Ø Depois de ter familiarizado os alunos com a leitura dos jornais, é possível estudar as propriedades temáticas, estruturais e estilísticas dos diferentes gêneros que circulam num jornal (notícias, reportagens, entrevistas, editoriais, artigos, crônicas, charges, tiras, etc.). Produzir um jornal com a turma é uma forma de mergulhar nas características desses gêneros e, além da competência escritora, ampliar a competência leitora.
· É mediador entre a escola e o mundo
· Conceituar elementos e sintetizar temas tratados em cadernos e seções. Desenvolver a capacidade Leitora e Escrita.
· Desenvolvimento do lúdico.
· Conhecer a estrutura geral dos jornais, como sua divisão em cadernos, seções, colunas, dando-se ênfase especial aos indícios que os marcam.
· Iniciar os alunos na busca de informações precisas, através de indícios pertinentes, e/ ou localizando-os pelas características visuais – símbolos, logotipos, diagramas, aspectos gráficos da página etc.
· Desenvolver operações e processos mentais que aguçam o interesse, a pesquisa e a inteligência.
· Levar o aluno a se conscientizar da variedade de informações através dos jornais
· Dar início a localização de informações implícitas e explicitas através da escrita.
Durante a leitura do jornal
Ø Estimule os alunos a localizarem o espaço que a notícia ocupa no jornal. Os fatos não têm importância por si mesmos: sua importância é construída a partir de uma série de indicadores: ocupa a página inicial do primeiro caderno ou não; se está na parte superior ou inferior da página; qual sua extensão, etc.
Confronte como diferentes jornais tratam um mesmo assunto e discuta a respeito das diferenças e semelhanças.
Ø Localize os diferentes textos – gráficos, tabelas, desenhos, fotos – que se articulam ao texto principal da notícia. Qual sua finalidade? Como se relacionam com o texto principal? Reiteram ou não seu conteúdo?
Ø Organize um painel com as notícias comentadas e guarde-o, assim, no final do ano será possível organizar uma retrospectiva com os acontecimentos que mobilizaram seus alunos.
Ø Depois de ter familiarizado os alunos com a leitura dos jornais, é possível estudar as propriedades temáticas, estruturais e estilísticas dos diferentes gêneros que circulam num jornal (notícias, reportagens, entrevistas, editoriais, artigos, crônicas, charges, tiras, etc.). Produzir um jornal com a turma é uma forma de mergulhar nas características desses gêneros e, além da competência escritora, ampliar a competência leitora.
Projeto Jornal na Sala de Aula
O que é o jornal na sala de aula?
Trabalhar o jornal na escola requer atenção a essa característica. Quem lê jornal o faz, em geral, diariamente, raramente o lê integralmente, costuma iniciar a leitura por um caderno específico que concentra seus interesses pessoais, passeia os olhos pelos cadernos e fixa-se em uma ou outra matéria. Esses modos de ler o jornal precisam estar presentes no trabalho escolar, se desejarmos, de fato, formar leitores de textos de imprensa. Se o professor recortar uma notícia para, posteriormente, preparar um roteiro com perguntas para explorá-la com os alunos, já perdeu o timing.
O jornal reflete os valores, a ética, a cidadania, através dos mais variados temas e se torna assim um aparelho importante para o educando se colocar e se inserir na vida social, por meio dessa ferramenta de comunicação. O uso do jornal na escola atende a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), pois as matérias tratadas servem de base para o desenvolvimento dos temas transversais, trabalhando-se, por exemplo, a questão da ética e da cidadania nos enfoques e tendências, que dão aos fatos e notícias. Ensina-se através do jornal, a leitura, a interpretação dos assuntos tratados sob um prisma reflexivo e crítico, propiciando aos alunos a oportunidade de se inserir no mundo através de uma janela de papel.
POR QUE O JORNAL NA ESCOLA?
A escola como toda instituição é um estabelecimento fechado e nela os alunos recebem instruções e formação. Um dos principais papéis do professor seria, pois, o de estabelecer laços entre a escola e a sociedade. Ora levar jornais para a sala de aula é trazer o mundo para dentro da escola. Jornais e revistas são os mediadores entre a escola e o mundo.
O jornal também é uma fonte primária de informação, espelha muitos valores e se torna assim um instrumento importante para o leitor se situar e se inserir na vida social e profissional.
O jornal como formador do cidadão, se a leitura do jornal for bem conduzida, ela prepara leitores experientes e críticos para desempenhar bem seu papel na sociedade.O jornal na formação geral do estudante, a leitura crítica do jornal aumenta sua cultura e desenvolve suas capacidades intelectuais.
COMO TRABALHAR O JORNAL NA ESCOLA?
Estabeleça um dia da semana em que você e seus alunos lerão jornais. Se a escola, como é desejável, tem assinaturas de algum jornal, leve os exemplares para a sala de aula e deixe que os alunos folheiem e selecionem o que querem ler. É bom que haja exemplares de mais de um jornal, pois isso permite analisar a relevância e o tratamento que cada periódico dá à notícia de um fato. Se a escola não tiver nenhuma assinatura, encarregue alguns alunos de providenciarem exemplares para o trabalho.
Para ativar os conhecimentos prévios em relação ao que irão ler, bem como permitir a comparação crítica, solicite que assistam aos noticiários televisivos do dia anterior. Se possível, grave-o para rever algum trecho com a turma e confrontá-lo com o tratamento que a notícia recebeu em sua versão escrita. Um trabalho como esse possibilita aos alunos irem compreendendo a diferença entre telejornal e jornal impresso. Mostre o outro lado, analisando os acontecimentos através de artigos e editoriais que têm com o propósito de incomodar o leitor, incitando-o a tomar partido, etc.
Nenhuma notícia é escrita de modo neutro e confrontá-la em diferentes mídias ou em diferentes jornais é uma forma de verificar diferentes pontos de vista, desenvolvendo o espírito crítico.
Apesar da atividade desenvolve-se com certo improviso, pois é muito provável que o professor não tenha como ler previamente diferentes jornais, seu impacto reside, inicialmente, na própria experiência da leitura compartilhada em que o professor mostra aos alunos como faz em “cenas explícitas de notícias”: lendo em voz alta alguma das matérias, comentando passagens, contextualizando a notícia, caso os alunos não disponham dos conhecimentos prévios necessários, polemizando, abrindo o debate. Uma outra vantagem é que os alunos estão lendo o que os leitores estão lendo também; estão lendo sobre o que está dando no rádio, na televisão; o que está na boca do povo. Essa simultaneidade permite que os alunos possam se inserir no debate das questões que são notícia.
Trabalhar o jornal na escola requer atenção a essa característica. Quem lê jornal o faz, em geral, diariamente, raramente o lê integralmente, costuma iniciar a leitura por um caderno específico que concentra seus interesses pessoais, passeia os olhos pelos cadernos e fixa-se em uma ou outra matéria. Esses modos de ler o jornal precisam estar presentes no trabalho escolar, se desejarmos, de fato, formar leitores de textos de imprensa. Se o professor recortar uma notícia para, posteriormente, preparar um roteiro com perguntas para explorá-la com os alunos, já perdeu o timing.
O jornal reflete os valores, a ética, a cidadania, através dos mais variados temas e se torna assim um aparelho importante para o educando se colocar e se inserir na vida social, por meio dessa ferramenta de comunicação. O uso do jornal na escola atende a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), pois as matérias tratadas servem de base para o desenvolvimento dos temas transversais, trabalhando-se, por exemplo, a questão da ética e da cidadania nos enfoques e tendências, que dão aos fatos e notícias. Ensina-se através do jornal, a leitura, a interpretação dos assuntos tratados sob um prisma reflexivo e crítico, propiciando aos alunos a oportunidade de se inserir no mundo através de uma janela de papel.
POR QUE O JORNAL NA ESCOLA?
A escola como toda instituição é um estabelecimento fechado e nela os alunos recebem instruções e formação. Um dos principais papéis do professor seria, pois, o de estabelecer laços entre a escola e a sociedade. Ora levar jornais para a sala de aula é trazer o mundo para dentro da escola. Jornais e revistas são os mediadores entre a escola e o mundo.
O jornal também é uma fonte primária de informação, espelha muitos valores e se torna assim um instrumento importante para o leitor se situar e se inserir na vida social e profissional.
O jornal como formador do cidadão, se a leitura do jornal for bem conduzida, ela prepara leitores experientes e críticos para desempenhar bem seu papel na sociedade.O jornal na formação geral do estudante, a leitura crítica do jornal aumenta sua cultura e desenvolve suas capacidades intelectuais.
COMO TRABALHAR O JORNAL NA ESCOLA?
Estabeleça um dia da semana em que você e seus alunos lerão jornais. Se a escola, como é desejável, tem assinaturas de algum jornal, leve os exemplares para a sala de aula e deixe que os alunos folheiem e selecionem o que querem ler. É bom que haja exemplares de mais de um jornal, pois isso permite analisar a relevância e o tratamento que cada periódico dá à notícia de um fato. Se a escola não tiver nenhuma assinatura, encarregue alguns alunos de providenciarem exemplares para o trabalho.
Para ativar os conhecimentos prévios em relação ao que irão ler, bem como permitir a comparação crítica, solicite que assistam aos noticiários televisivos do dia anterior. Se possível, grave-o para rever algum trecho com a turma e confrontá-lo com o tratamento que a notícia recebeu em sua versão escrita. Um trabalho como esse possibilita aos alunos irem compreendendo a diferença entre telejornal e jornal impresso. Mostre o outro lado, analisando os acontecimentos através de artigos e editoriais que têm com o propósito de incomodar o leitor, incitando-o a tomar partido, etc.
Nenhuma notícia é escrita de modo neutro e confrontá-la em diferentes mídias ou em diferentes jornais é uma forma de verificar diferentes pontos de vista, desenvolvendo o espírito crítico.
Apesar da atividade desenvolve-se com certo improviso, pois é muito provável que o professor não tenha como ler previamente diferentes jornais, seu impacto reside, inicialmente, na própria experiência da leitura compartilhada em que o professor mostra aos alunos como faz em “cenas explícitas de notícias”: lendo em voz alta alguma das matérias, comentando passagens, contextualizando a notícia, caso os alunos não disponham dos conhecimentos prévios necessários, polemizando, abrindo o debate. Uma outra vantagem é que os alunos estão lendo o que os leitores estão lendo também; estão lendo sobre o que está dando no rádio, na televisão; o que está na boca do povo. Essa simultaneidade permite que os alunos possam se inserir no debate das questões que são notícia.
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